Nossa História 03/05



Só na metade do terceiro ano que a gente deu sinais de “vamos longe”. Sabe como? Começamos a brigar horrores, tipo casal de namorados de 15 anos, sabe? Mas foi tanto que até cacei um programa de bolsas de estudo pra um intercâmbio pra fugir um pouco daquele chato que morava comigo. Enquanto isso, as briguinhas continuavam. Pois numa noite de clássico do Corinthians e Botafogo fomos dormir lá pelas 23h. Como estranhamente de costume naquela semana, eu ia até a cama dele, sentava ao lado dele – que já estava deitado – e falava meia dúzia de abobrinhas que nem eu nem ele estávamos ouvindo. Era desculpa pra ficar mais perto dele e dar um abraço de boa noite. Estranho, né? A gente também achava, mas fazer o quê. Voltando à noite do jogo: nos dias anteriores tinha rolado o tal boa noite. Nesse dia falei da minha cama mesmo e dormi. Pouco antes ele soltou um “não vem me dar boa noite hoje?”. Desconversei. Uma hora depois começou a maior gritaria no prédio: o jogo tinha ido pros pênaltis. E acho que não era só o jogo que estava nesse status. Nessa hora ele não perdeu tempo e disse: “Ultima chance: vem me dar boa noite ou não?”. Paguei pra ver: venci a preguiça e levantei decidido a desbancar aquele bobo que dormia do meu lado. Sentei ao lado dele, ainda deitado. Respirei fundo e fui dar o tal boa noite que ele queria; e na hora que aproximei meus lábios pra beijá-lo, ele virou a cara. Taurino maldito! Tinha que ser teimoso até na hora de me beijar. Enfim, a manha não durou 10 segundos. 

Comentários