Ontem (24/05) voltamos ao Fórum João Mendes, dessa vez para
conversar com a psicóloga que irá nos acompanhar e em horário em que a Vara da
Infância está a pleno vapor! Fomos recebidos pela psicóloga e encaminhados a
uma das salas reservadas pras entrevistas. Estava uma barulheira pois, como
disse, o local estava bem cheio. Entre uma frase e outra era comum um grito da
criançada ou barulho de brinquedos caindo... mas correu tudo bem!
Juntos, falamos um pouco sobre nossa história desde que nos
conhecemos; falamos de mudanças, cidades, carreiras, etc. Ela nos pediu pra
discorrermos um pouco também sobre o nosso desejo em sermos pais. Então
comentados não apenas disso, mas de como funciona o nosso relacionamento de uma
maneira geral: temos o canal de comunicação entre a gente muito aberto.
Conversamos muito e o tempo todo. Acredito que isso tenha sido crucial para
ajudar-nos a amadurecer a ideia de paternidade, assim como todo nosso
histórico. O fato de sermos gays nos preparou bastante para o que vivemos hoje:
passamos por momentos delicados quando contamos sobre nossa orientação sexual
pra nossos pais, nos fortalecemos ao enfrentarmos o mercado de trabalho com o
peito aberto e toda nossa história escancarada, bem como o apoio integral de
nossos amigos. Tudo isso ajudou muito a nos fortalecer como casal e – mais que
isso – como seres humanos. Prezamos muito pelo respeito e aceitação nos
círculos que convivemos, isso nos trouxe muita segurança por abafarmos qualquer
possibilidade de fofocas ou assuntos paralelos sobre nós.
Acredito que esse também seja o posicionamento esperado pra
um caso de adoção: tem que se respeitar a história da criança e, por isso
mesmo, manter uma conversa muito franca e aberta com a criança, desde cedo.
Mantê-lo a par de sua própria história desde pequeno e todo o círculo social a
par de toda a verdade que envolve essa relação de pais e filho tira grande
parte do peso dessa história. E, melhor ainda: tira qualquer possibilidade de
meias verdades ou histórias mal contadas.
É assim no amor, na paternidade, e assim também levamos o
nosso processo: tão importante quanto as leituras e a preparação nesse período
de gravidez psicológica e passar toda essa verdade para os técnicos (assistente
social e psicólogo) que acompanham os casos de Habilitação. Eles precisam da
nossa ajuda pra montar um processo sólido e real o bastante para que a juíza
consiga apurar, de fato, a nossa preparação para esse passo tão importante.
Terminada a nossa conversa inicial, que durou cerca de uma
hora, ela agendou conosco mais um encontro: em duas semanas estaremos com ela
novamente para uma ultima entrevista com uma dinâmica um pouco diferente. Dessa
vez iremos conversar com ela separadamente e, por fim, iremos terminar o
preenchimento do perfil da criança. Como exercício/preparação, ela nos pediu
para pesquisarmos um pouco sobre os itens que iremos preencher, a fim de
sanarmos possíveis dúvidas e o nosso encontro ser mais focado. Os itens que
iremos preencher são:
>>>
problemas físicos não tratáveis
>>>
problemas físicos tratáveis graves
>>>
problemas físicos tratáveis leves
>>>
problemas mentais não tratáveis
>>>
problemas mentais tratáveis graves
>>>
problemas mentais tratáveis leves
>>>
problemas psicológicos graves
>>>
problemas psicológicos leves
>>>
pais soropositivos para o HIV
>>>
pais alcoolistas
>>>
pais drogaditos
>>>
sorologia negativada para o HIV
>>> soropositivo
para o HIV
>>>
proveniente de estupro
>>>
proveniente de incesto
>>>
vítima de estupro
>>>
vítima de atentado violento ao pudor
>>> vitimizada (maus-tratos)
Agora é estudar sobre esses assuntos e nos prepararmos pra
próxima conversa!
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