O que devo preparar pra chegada do meu filho?


Se tem uma coisa que enche de ansiedade os futuros pais é a organização da casa, decoração e montagem do enxoval. Passam meses escolhendo móveis, definindo papéis de parede, organizam viagens pra comprar tudo mais barato. Deve ser bem gostoso fazer tudo isso, mas pra gente a história é bem diferente! A gente não sabe quando vem, como será e quem será. Como toda criança, se já for grandinha virá cheia de vontades e sonhos, e faz sim parte da integração da criança com a família ela escolher o espaço onde ela vai morar. Pedir a opinião na definição de cores, desenhos texturas; é importante ela se sentir participando da construção desse ambiente. Mais do que isso, da construção desse sentimento todo. Por isso tudo, o nosso caso é bem diferente.
Estamos ansiosos, é claro, e a vontade era sair comprando tudo o que encontramos de legal. Mas fizemos diferente: como somos arquitetos, montamos layouts diferentes para diferentes configurações de adoção: temos uma proposta pro caso de vir um bebê, uma de um bebê + um pequeno, de um pequeno e de dois pequenos. Como a paternidade adotiva acontece bem rápido, não teremos esse tempo todo de planejamento. Por conta disso antecipamos essas definições de layout e pegamos como referências móveis de lojas de grandes redes. A ideia é comprar num dia e conseguir agendar a montagem na mesma semana. E com tudo fizemos assim: definimos desenhos, tapete, brinquedos – tudo de prontas entregas que permitam a montagem do quarto com certa rapidez. Todavia, temos que prestar atenção em alguns pontos no nosso espaço físico, tais como:
Ø       Segurança: redes de proteção para janelas/escadas/piscinas, protetores de tomadas, revisar toda a decoração evitando peças cortantes ou de material frágil ao alcance da criança, revisar o armazenamento de utensílios de cozinha, produtos de limpeza e medicamentos.
Ø       Saúde: definir previamente o pediatra que irá levar o seu filho. Aí vale indicação de amigos e parentes para já ter engatilhado o contato assim que precisar. Se possível, marque uma consulta para tirar algumas dúvidas e já deixar o médico ciente de que seu filho chegará até você por adoção, verifique se tem cobertura do seu plano de saúde, caso seja pelo SUS, certifique-se qual o posto de saúde e hospital mais próximo da sua residência. Caso você esteja habilitado para adoção tardia, seria importante um acompanhamento psicológico para ter um suporte no período de adaptação.
Ø       Educação: o mesmo cuidado de precaução do item anterior, vale pra esse. É sempre bom pegar dicas de escolas bacanas e que atendam às suas expectativas quanto à conteúdo e método de ensino. Buscar pela proximidade e pensando na range de idade que colocou na ficha com as características da criança desejada.
Ø       Telefones de emergência: faça uma lista com os principais telefones de emergência da sua região e coloque na geladeira, perto do telefone, na sua carteira e no carro.
Ø       Família extensa: essa vale pra quem já tem filhos e até pros que não tem, mas tem família e círculo de amigos. Para se ter uma adoção consistente, é bem importante a participação de todo o seu círculo nesse processo. As pessoas nos dão forças pra superarmos tudo o que acontece nesse período todo, e também nos auxiliarão quando da chegada da criança. Tornar o assunto público e recorrente faz com que todos se sintam também adotando a criança, que é o que de fato acontece. Do dia pra noite a gente vira pai; mas também um bando de gente vira avô, avó, primos, tios, sobrinhos.
Ø       Festa de boas vindas: o ideal é nomear uma ou duas pessoas que possam ajudar nesta tarefa; vamos estar bem ocupados no período de adaptação então toda ajuda será bem-vinda! Sempre que um bebê chega a uma família dá-se início a uma tradição praticamente usual em todas as etnias. Parentes, amigos e vizinhos revezam-se nas visitas para conhecer e recepcionar o mais novo membro da família, e o bebê ganha muitos presentinhos e mimos. Por que quando uma criança é adotada não se pode fazer o mesmo? Pode ser uma ótima ideia preparar uma recepção para que os familiares e amigos possam conhecer a criança e, ela, o seu mais novo círculo de convivência. Só que diferente de um filho biológico, que foi esperado por nove meses e o qual todos acompanharam, o filho adotivo muitas vezes chega inesperadamente; dependendo da idade, assustado e confuso. Por isso o planejamento e preparação são muito importantes.
É importante preparar uma lista de pessoas especiais para a família e que realmente entenderão a decisão que tomaram de adotar. Ser criativo no convite com frases otimistas e que os convidados possam perceber a grande alegria que envolve a família. Já no convite deve-se colocar o nome da criança, quantos anos tem e até mesmo uma foto da família com a criança. Pode ser que os amigos queiram presenteá-la, isso facilitará bastante.
Não se preocupe em fazer uma festa que saia do orçamento da família, ao contrário, procure fazer tudo simples e preferencialmente o mais informal possível. O ponto principal da festa é a integração da criança com o círculo de amigos e familiares. A festa não deve ser feita com a intenção de expor a criança ou a ação da família, mas de integração, boas-vindas e o envolvimento com o novo grupo de pessoas que a criança irá ter em sua nova vida. Os pais devem tratar a adoção com segurança e naturalidade, assim a transição da criança e dos familiares e amigos será muito tranquila e sem muitos tropeços.


Falamos um pouco de como estamos nos organizando pra chegada e, de lambuja, controlando a ansiedade. Espero em breve executar tudo o que estamos planejando e sonhando. Até breve!

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