duas semanas que não escrevo, né?

não é à tôa. sabe aquela correria maluca que todo mundo fala? então, juro que nos preparamos. tentamos antecipar problemas, compramos várias coisas nesse tempo de aproximação... mas nada comparado a esses quinze dias. é muita mudança pros quatro e rápido demais! mas, estamos bem, respirando sem ajuda de aparelhos! rs

vamos lá para a história de como tem sido: os meninos chegaram em casa na sexta. à tarde fomos ao Fórum, conversamos um pouco com as técnicas e com a juíza, que nos entregou em mãos a guarda definitiva deles. viemos pra casa bem contentes pra primeira noite de todos em casa! preparei uma sopa (estava bem frio em são paulo); tivemos um pouco de dificuldade nos momentos de refeições já que eles estavam acostumados a simplesmente sentar pra comer. em casa temos costume de ficar muito na cozinha, de demorar a comer, conversar. enfim, tem sido um trabalho de aculturá-los, desde o dia que chegaram. perto das nove da noite os dois já estavam caindo de sono, foi bem tranquilo e levamos eles pra cama. comemoração dos pais: fomos pra varanda beber uma taça de vinho, merecidíssimo!

nos dois dias do final de semana fizemos pequenos passeis aqui na região de casa, conheceram os avós, tios e fomos testando um pouco a nossa rotina: pegando o jeito de dar banho no pequeno, ensinando a escovar os dentes, ir ao banheiro, jogar as coisas no lixo, organizar os brinquedos depois de usar, etc. o mais engraçado é que essa lenga lenga durou praticamente só esses dois dias mesmo: acredito muito no poder do exemplo, e nesse caso deu muito certo! acredito que por eles nos verem deixando a casa sempre em ordem, falando baixo, conversando sempre; aos poucos eles têm mudado bastante! dia a dia vêm ficando mais calmos e mais acostumados à nossa rotina. 

durante a semana, mantivemos a rotina que eles já tinham: o marola vai pra escola de manhã e o tsunami fica na creche o dia todo. durante a manhã o pai aqui compra e organiza o que precisa/falta; na hora do almoço busco o mais velho e trago pra almoçar comigo. à tarde estudamos um pouco, fazemos a tarefa de casa e fazemos alguma atividade juntos - natação, leitura, filme, passeio; algo assim. pro mais velho é bem importante ter esse tempo "só dele"; por isso penso muito na programação pra ele se sentir bem importante. mais pro final da tarde boto meu co-piloto no carro e vamos buscar o caçula. então cuido do banho deles, jantar e esperamos o outro papai pra jantarmos juntos. depois sempre tentamos também ter alguma programação os quatro: assistir filme, passeio, visita, fazer pão, bolo. algo que envolva e divirta os quatro!

mas, nem tudo são flores. descrita acima está a rotina de agora, rodando bonitinha. até lá, descobrimos um monte de poréns; vamos lá:

- nada de televisão pela manhã: eles não conseguem focar em trocar de roupas, tomar café, escovar os dentes e sair. 
- tão importante quanto o tempo só do mais velho é fazer, pelo menos por uns dias, tudo o que fazemos com o mais novo: desde que descobrimos isso estamos com ele no banho, escovando os dentes e quando ele está se trocando.
- ciúme é normal, ainda mais com uma diferença de idade tão grande entre eles. o que precisamos é estarmos atentos aos sinais que eles nos dão e conversarmos SEMPRE. eles precisam ter confiança na gente e ter a certeza que o canal da comunicação é totalmente aberto, sem interferências. tanto eles quanto a gente vivemos um bando de coisas antes de nos conhecermos; precisamos dessa abertura pra acertarmos os ponteiros e criarmos nosso jeito de viver.
- criatividade na cozinha: não comem cenoura? tritura e põe escondidinho. não comem salada? chama de outro nome, experimenta um formato diferente. mais importante até que a própria comida é a apresentação (estética e verbal). deve-se estar muito atento a isso, se deixar só comem besteira!
- preste muita atenção às consultas médicas; o que os médicos falam eles levam muito a sério. a acupunturista deles falou sobre a importância de beber muita água (inclusive em jejum), comer bem diversificado, etc. desde que voltamos desse dia pego no pé deles sempre com isso e tem dado certo!

bom, por enquanto é isso. bom salientar também a importância das terapias nesse período de adaptação. hoje eles fazem acupuntura, terapia em família e individual!

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