vem,
pai, sobe aqui no barco.
eba!
esse pé pra dentro do barco também.
agora sim!
(e aquele sorriso safado de quem completou a missão. até parece. isso é só o começo, só o começo).
Foto da querida Denise Cavalcanti.
ontem estive na reunião da creche
do pequeno. cheguei um pouco atrasado, esbaforido sentei no único lugar livre,
bem ao lado da professora. confesso que fui sem muitas expectativas – tenho preferido
assim. chegando lá descobri um monte de coisas do dia a dia dele lá que explica
muita coisa que tem acontecido em casa. nunca tive diferenciação ou problemas
em pensar em escola pública ou particular pros meus filhos. vai muito da sorte
de pegar uma escola legal, e no caso dele demos muita. eles trabalham com diversos
projetos paralelos para suscitar memórias e aprendizados nas mais diversas
áreas – desde música, literatura, cantigas de roda, artes plásticas, boas
práticas e saúde na alimentação. esse empenho todo da escola (e um apoio legal
dentro de casa) fazem uma diferença gritante no desenvolvimento e fortalecimento
da criança. vejo hoje meu pequeno como um touro – não apenas fisicamente, mas
como pessoa mesmo. íntegro, honesto, preocupado com o outro – um pouco de tudo
o que acredito serem as qualidade que realmente importam numa pessoa. isso, pra
mim, já compensa cada perrengue pra garantir o dia a dia dele na creche!
mas o que mais me chamou a
atenção – muito infelizmente – foi o fato de eu ser o ÚNICO pai que estava na
reunião. ok, no caso dos meus filhos não teria como aparecer uma mão lá na
reunião, mas o fato de que para as demais crianças NENHUM PAI SE INTERESSOU em
participar, aí é demais. ainda mais em tempos em que o homem se diz diferente
do machista de gerações passadas, acho que não. e posso dizer? no dia a dia da
creche é a mesma coisa: são cento e oitenta crianças – se vejo dois ou três
pais buscando filhos, é muito!
aí volta a história do barco –
meu filho pede todo santo dia que a gente entre no barco dele: é só sentar no
sofá que ele começa com esse lero-lero. entendem a simbologia (imensa) disso?
pois então: quem está de fato dentro do barco, se interessa. e se interessar
não é passar uma hora por dia antes da criança dormir. é preciso refazer planos
e reorganizar toda a agenda, é muito importante estar perto da criança. no
pediatra, no dentista, na reunião do colégio, na apresentação de fim de ano. e,
de surpresa, sempre que possível, levando e buscando pra escola. são nesses momentos
inesperados pra criança que a gente conquista a confiança – dela (a criança) e
da mãe/pai. isso sim não tem preço.
agora quando teu filho te chamar
pra entrar no barco dele, pense bem.
entrar no barco não é chama-lo de
filho e encher de porcarias (comidas e presentes caros). entrar no barco é
remar junto, é dia a dia, parceria – pra tudo.
Ahhhh que lindeza!!!!
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