um dia desses à tarde, caímos no sono.
a energia dele é enorme, a minha tem que acompanhar pra dar conta de tudo o que a parentalidade envolve.
eu, metódico, imaginei coisa de trinta minutos, uma soneca. meu lado racional - sim, isso mesmo que você leu, o que preza para que eu tenha saúde - desligou o despertador e silenciou o celular.
duas horas depois eu acordei, fiquei ainda na cama organizando as ideias. minutos depois ouço o som suave da fechadura do quarto onde ele estava abrindo, devagar, deixando claro que a sonolência pairava por lá, tal qual comigo. fiz um som pra que ele entendesse que eu o ouvia. mais que isso, queria a companhia dele.
depressa ele apareceu, abriu a porta do meu quarto e, ainda sonolento, encaixou-se entre meu corpo e as cobertas. curtimos, juntos, aquela transe entre o estado de sono e o despertar. mal sabia ele que fizera muito além.
ser pai é a melhor coisa que há: é a faísca que traz luz a qualquer hora.
que nos ajuda a enfrentar aquele problema chato de resolver, que nos tira o medo trânsito maluco dessa cidade, que nos permite vislumbrar dias melhores apesar das notícias recentes e da política.
sentir o cheiro, o toque, a respiração e o sorriso enlarguecer com um afago; esse é o meu desejo, meu objetivo, sonho.
dia após dia.
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