nossa, papai, a sua comida está deliciosa. gostei muito da abobrinha!


essa semana levei uma rasteira, e foi com classe.
como em todas férias, agendo consulta de rotina com a pediatra dos meninos. mentalmente já vou preparando os assuntos que iria levar pra ela e, um deles, era em relação à alimentação. 

os meninos andavam muito bem, no final do semestre estavam bem mais esbeltos - cresceram e deram uma emagrecida. mas aí fiz a besteira de marcar a consulta na metade das férias? sabe como é, doce fora de hora, bolo na casa da vó, pastel - aí perde o controle mesmo. já tinha pensado em tudo: "doutora, eles estão ótimos, foi as férias mesmo que desequilibrou um pouco". 

um pouco. 
um pouco? 

na consulta, claro, foi abordado o assunto. eles estão um pouco acima do peso ideal, por isso sempre controlamos - e o papo de sempre: controlar quantidade, velocidade da refeição e o sortimento dos alimentos oferecidos. 
ok, sabe como funciona né? a gente volta do médico e a mesa fica linda, lotada de frutas, verduras e legumes (coloquei um post it pra me lembrar sempre e isso não mudar tanto com o passar do semestre). 

e o que aconteceu na primeira refeição após a consulta?
que amor <3 comeram tudinho. ganhei até elogio do Davi: "nossa, papai, a sua comida está deliciosa. gostei muito da abobrinha!"

(aquela pausa dramática que a gente repensa a vida toda e fica pensando o que ele fez de errado pra falar isso. risos!)

terminado o almoço, estava orgulhoso. 
prato que estava coloridinho, limpo. quantidade boa, comeram sem precisar dar aquela cutucada por comer rápido demais ou por estar viajando em pensamento.
sobremesa né? 

caí do cavalo. o Allan não queria sobremesa.  
o quê? o Allan não quer sobremesa? o que acontece?

aí ele me contou que na noite anterior ele tinha comido aquele resto de chocolate branco que estava no armário - lê-se 90% da barra de chocolate que o STU tinha ganhado de presente. so-zi-nho. de uma vez só. 

aí explica melhor o desequilíbrio da balança.
as espinhas que insistem em infernizá-lo. 
o rabo entre as pernas do dia seguinte.

assunto recorrente aqui, com ele. já teve embalagem de chocolate roubado escondido no sofá, outras barras que sumiram. 
aproveitamos o ensejo da consulta para sermos, de novo, bem firmes na conversa. mas dessa vez o tom mudou: já falamos uma, duas, sei lá quantas vezes sobre isso. o problema não é o comer chocolate, o problema é comer escondido, sendo que praticamente todos os dias oferecemos sobremesa ou chocolate - na devida porção correta (ou aceitável). não justifica fazer isso "por fora", tirar a parte do chocolate que seria minha, do STU, do Davi. nós três não merecemos perder a nossa parte por um luxo dele. isso é viver em família, em sociedade. 

ao menos por ora, mudamos um pouco a estratégia por aqui. 
ainda mais nas férias, quando ficamos um pouco mais em casa: nada de doces nos armários, alimentação regradinha para todos e um pouco mais de controle nas refeições de uma maneira geral. 

férias é isso: tirar as pecinhas do lugar e reorganizar tudo. mas também tem seus avanços, óbvio. das outras vezes a gente tinha que montar um esquema de guerra pra descobrir o descuido - dessa vez, não. ele contou. 

ponto pra ele. 
ponto pra todos nós. 

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