Nossa História 05/05



Exatamente um mês depois do casamento mudamos pra nossa casa nova, e foi uma delícia. Curtimos cada conquista, participamos de cada prego e móvel instalado lá. Fizemos questão disso! E curtimos tanto que reservamos o segundo quarto pros filhos dos meninos: e já tinham nome! Nunca tínhamos conversado muito seriamente sobre o assunto, mas nas entrelinhas eu sempre citava o fato de querer filhos. Como tudo com ele: conquisto pela insistência. Falo tanto que ele acaba cedendo; nesse caso foi diferente. Não houve um momento de “vamos ter um filho”. Já estava implícito; casamos – agora quando vamos dar entrada nos papéis? E seriam dois. Não sei se já nasceram, mas os nomes já estavam até escolhidos.

Quando a gente decidiu adotar, por incrível que pareça, o nosso maior medo não era o fato de propriamente ter um filho, da chance de vir um bebê com dias de vida e extremamente frágil, de toda a mudança de comportamento e vida do casal que se transforma em família. Nosso maior cuidado foi em como abordar nossas famílias e amigos. Querendo ou não o processo de adoção é, por muitas vezes, moroso e incerto. Não sabemos se será nos dada alguma restrição ou se o processo irá correr sem nenhum problema. Dar entrada nos papéis não nos dá qualquer garantia que um dia teremos um filho. Muito menos dois. Por isso resolvemos a questão da maneira mais simples (e pode parecer até um pouco covarde) possível: não vamos contar pra ninguém! É a melhor forma de controlar a expectativa de todos e de evitar qualquer desconforto ou carga de desânimo caso alguém nos julgasse loucos por querer criar “filhos sem mãe”. E mesmo sem contar, tive que ouvir isso!

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