Temos recebido um bando de mensagens e carinho e apoio pelo avanço do
nosso processo. Mais que isso, tem duas semanas que viramos pai, literalmente. Do
dia pra noite a vida virou do avesso e o sorriso tomou conta de tudo. Óbvio que
a rotina é complicada e bem exaustiva: horário comercial no trabalho e visitas
intensas ao abrigo – deve-se ponderar inclusive esse preparo até um certo
desapego já que, depois que o telefone tocou, cancelamos praticamente todos os
nossos compromissos sociais. Temos muito pouco tempo livre, e nele temos que
aproveitar pra curtirmos a dois e crescermos ainda mais como casal. É quase uma
despedida da vida a dois e é dada as boas-vindas à vida à dois + dois. E que
venham logo!
Tivemos um final de semana bem grudado neles e já tem ficado bem
difícil nos despedirmos. Temos ficado bem mais tempo juntos, conversado mais,
fazemos refeições juntos. Isso tem criado um vínculo entre a gente incrível e
muito, muito viciante. Ontem aconteceu algo engraçado: como de costume,
chegamos no fim da tarde no abrigo pra visita já tradicional. Saímos com eles
pra dar uma volta no quarteirão (o pequeno ama andar e procurar bichos – e não,
não são cachorros e gatos que ele procura, mas formigas, baratas e aranhas).
Voltamos pro abrigo, jantamos e às 20h tinha um evento no Instituto logo à
frente da casa que as crianças todas iam. Combinei com o STU de deixá-los lá e
seguir de metrô pra minha aula (ontem teve degustação de queijos, eu já tinha
gastado uma graninha pra comprar tudo!). Conforme combinado, fui andando com
eles até a entrada do Instituto e então segui meu caminho. Entrei no vagão,
sentei. Passadas duas estações senti um aperto no peito, uma vontade de voltar
pra ficar com eles. E foi (a melhor coisa) que fiz. Voltei, corri abraçar e
beijar o pequeno enquanto o mais velho brincava com os amigos; um tempo depois
ele me viu lá e também veio correndo me encontrar. Ganhei um abraço bem
apertado e contei pra ele o que tinha acontecido: nunca vi ele tão feliz.
Voltamos pro abrigo abraçados, o caminho todo.
Dia a dia a gente descobre novas formas de felicidade: ontem foi quebrando
a rotina, pra provar que com filhos não é preciso dinheiro pra ter felicidade.
Em quinze dias de convívio intenso se ficamos na frente de um computador ou
celular por meia hora, é muito. Amor de pai e filho tem que ser bem maior que
isso. Nesse momento em que estamos nos conhecendo precisamos estar muito
atentos a isso: o foco é nos conhecermos, e só. Se internet, TV ou qualquer
coisa do tipo for tirar nossa atenção em conhecer melhor o outro, não fazemos. E
seguimos por aí, andando pela rua caçando mosquitos, aranhas e baratas e
chorando de rir em ver o pequeno se estrebuchando no chão ao tentar chutar uma
bola. Simples assim.
Ontem compartilhamos aqui uma notícia que saiu na Folha e que deu
bastante repercussão. O sucesso do nosso processo, sem dúvidas, vai animar
ainda muita gente a pensar no caso de, quem sabe um dia, encarar também uma
adoção. Pra quem tem um pouco de preguiça de caçar nas postagens anteriores
onde falamos sobre o processo, segue abaixo um esquema bem legal. E a quem
tiver dúvidas ou quiser conversar, estamos sempre à disposição!
com carinho,
dois pais.
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