desventuras em série


tudo o que acontece na nossa vida tem um motivo. boa ou ruim, a gente sempre tem que estar aberto a perceber o que temos a aprender. 

sexta à tarde saímos de SP pra passar o fim de semana no litoral descansando. bem, a ideia parecia simples, parecia.
pois a chuva apertou, o trânsito parou, o desespero bateu e confiamos cegamente no Waze.
advinha?
quando nos demos conta estávamos em meio a uma enchente e, num ato reflexo, joguei o carro no canteiro central pra fazer o retorno. merda! atolamos o carro.

tenta empurrar, 
nada.

liga pro guincho,
previsão de chegada: 2h.

bateu aquele desânimo/desespero. 

>>> sinal 01: o pequeno, que dormia, estava com a gente acompanhando essa bagunça toda e nem acordou. aliás, até roncou enquanto a gente quebrava a cabeça tentando resolver a burrada.

resolvemos tentar ficar calmos quietinhos esperando o tal do guincho chegar.
difícil manter a calma numa situação dessas, de verdade. mas   a gente tenta.

>>> sinal 02: meia hora depois que atolamos, um motoqueiro com a namorada na garupa, parou atrás do nosso carro perguntando se queríamos ajuda pra empurrar o carro. quase chorei, mais que depressa o stu desceu. o motoqueiro logo olhou pro Allan: ele é forte, pede pra vir ajudar também. o filhote tirou o tênis, arregaçou a calça e pisou na lama pra ajudar eles. primeira tentativa, nada. segunda, melhorou um pouco, mas muito pouco. o motoqueiro chamou a namorada: guarda esse capacete que você está segurando e vem também. mulher arrasa, né? na primeira tentativa com ela deu certo! saí feito um rojão daquele aguaceiro todo, fui parar o carro bem na frente onde já não tinha água. lá fiquei esperando o stu e o allan virem andando (enquanto carros passavam jorrando água neles, tadinhos) e o tal do motoqueiro com a namorada virem pegar o capacete. não tem como não acreditar numa força maior quando um troço desses acontece ali, na tua frente. 

sinal 03: viva perto de quem te quer bem, o tempo todo. temos a sorte de contarmos com pessoas realmente especiais à nossa volta: ontem não foi diferente. quando tudo isso passou o que eu mais queria era um abraço, um sorriso de alguém conhecido, como um cafuné de "vai ficar tudo bem", sabe? pois bem, na mesma hora que desativamos o carro, o Caio chegou pra encontrar a gente. não precisou empurrar o carro, tampouco pegar as crianças pra acalma-las. era só aquele sorriso que a gente precisava. seguimos viagem!

enlamaçados.
molhados.

saímos e mais uma surpresa: rodovia parada. 
no comecinho a gente sempre insiste em acreditar que é só um jeito de dizer, deixa o carro ligado, jajá anda. 
não. nem um pouco. 
o jeito é desligar a ignição e aproveitar pra trocar de roupa, comer alguma porcaria, conversar com o cara simpático do carro da frente. ah, é o Caio 💜

meia hora. uma. duas.

aí sim, enfim, andamos. sem mais percalços por agora, né? oito horas depois de sair de casa, enfim chegamos pra "descansar" na praia. 

ufa!

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