senta pro café que o assunto é longo

ser pai/mãe é errar e acertar todo dia. 
com o tempo a gente vai deixando a conta mais positiva, mas tem vezes que vou dormir bravo, de verdade. sabe aquele fluxo em que a gente lembra cada coisinha que aconteceu nas últimas horas? então. no nosso caso a paternidade caiu de pára-quedas e a gente levou um baita de um golpe, de uma vez. não houve muito tempo pra se ambientar, sentir chutes na barriga, levinhos. que nada: aqui foi quase 20kg no colo e o de 44kg tocando a bola pra gente fazer gol. e tem sido uma goleada, sem dúvida!

uma preocupação enorme que a gente sempre teve foi escola. até por isso que eu me ferrei dois meses da minha licença perdendo cinco horas no trânsito levando e trazendo os dois pra escola, quando ainda estudavam longe de casa. fazíamos questão deles perceberem o quanto a escola é importante, ponto final. e o quanto a gente dá importância também. 
incrível como quando se trata de criança o resultado é tão rápido quanto a bola que chutam pra lá e pra cá pela casa. tanto fizemos que em menos de oito meses já temos os meninos super bem adaptados às novas escolas, acompanhando a matéria junto com a turma e surpreendendo. óbvio, é uma criança de carne e osso: todo dia tem manha, aquela preguiça de fazer tarefa e tal. mas é tão bom acompanhar o quanto eles têm crescido como cidadão e estão se desenvolvendo super bem. além disso toda a cultura popular brasileira que o pequeno traz da creche pra casa, todo santo dia. choro de felicidade em vê-lo cantarolando Luiz Gonzaga e Belchior e criando historinhas inspiradas nas lendas, animais e coisas que ele vê nos livros - com três anos. é pra matar os pais de orgulho.

desde pequeno me cobro muito. ansioso por natureza (nasci prematuro e minúsculo) e perfeccionista sei lá o porquê. a casa sempre está em ordem, a rotina organizada e bem perfumado - desde pequeno. engraçado como os meninos assimilaram super bem essa minha loucura toda sem ficarem malucos, tadinhos. acontece que nessa de me cobrar muito pensava que eu deveria ser/agir como alguém que eu tivesse orgulho ou que me despertasse interesse por algum motivo. e agora com filhos, mesmo que sem esse pensamento prévio, isso tem aparecido de um jeito muito engraçado. óbvio, acho eles lindos desde a primeira vez que vimos uma foto deles todo suados e cheios de guache - era assim a primeira foto. aliás, foi assim também que conheci meu marido: pintado cheio de guache no trote da faculdade! (teria eu alguma paixão por guache? comente, justifique sua resposta!). voltando aos filhotes, tenho achado eles a cada dia mais incríveis. é apaixonante acompanhar essa evolução, até porque tem suor nosso também em cada vitória, né? estão cada dia mais inteligentes e humanos. humanos! repito: humanos! tão difícil isso, mas fazer o quê. tem maneiras e maneiras de educar: eu e o marido tendemos sempre a escolher o caminho mais difícil. a ideia não é escolher esse caminho pra complicar a vida, mas pra evitar broncas e ajustes futuros - desse jeito mais difícil a gente convida os filhotes a pensarem sobre o que fizeram de errado e a julgarem se é a melhor maneira de agir num determinado momento.

ao invés de um simples "desce daí, menino!" a gente tem preferido formas alternativas como "filho, por que você subiu aí? não dá pra ver que é muito alto, perigoso, que pode cair, se machucar e acabar esbarrando e machucando alguém também? não é melhor brincar de outra coisa, pra sua idade?". isso vale pra tudo: pra broncas, conquistas, comida. aos poucos eles vão desenvolvendo essa visão crítica das coisas e os pais precisam intervir bem menos. cientificamente comprovado: até 6 meses atrás eu não conseguia contar quantas vezes ouvia "pai" e quantas eu dizia "filho" em broncas e chamadas de atenção. agora tem ficado raro.

olha, é um bando de coisas que a gente descobre (se funciona) a cada dia. e é delicioso dividir e ouvir outras histórias, parecidas ou não. o blog me aproximou de muita gente boa, tem sido incrível!
corta um pedaço de pão, puxe a cadeira. vamos falar um pouco mais dos pequenos (e como ficam nós, grandões, nessa história toda)!


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