fim das férias!



No final de Julho, mentalmente, eu costumava meio que passar a régua e revisitar tudo o que aconteceu nas férias. Mês importante, cheio de aniversários de pessoas próximas a mim – até o meu – além da liberdade e do tédio de ter trinta dias corridos da mais pura falta de compromissos. Bem, isso quando eu era criança. 

Agora, no papel de pai, me vi novamente organizando esse pensamento por esses dias. Não sei ao certo se porque não tinha filhos antes, mas estou realmente impressionado o quanto uma criança muda em trinta dias, sério. Foram dias intensos e bem cansativos, mas chega no final e a gente pensa “nossa, que delícia”. Esquece a preocupação, as broncas e as birras. Isso porque é fundamental pesar, no prato oposto ao da birra, todo o avanço que tivemos no mês. 

Logo de cara fomos viajar, passamos uma semana de jacarés: o dia todo na piscina, migrando de água em água. Uma hora buscando sol, noutra água quente, depois silêncio, cerveja. Enfim, dias de preguiça (pros pais) e muita energia (pros filhos). Viajaram de casa até lá acordadassos, voltaram desmaiados. Bingo, atingimos a meta! 

Voltamos pra casa e parece que o pequeno caiu da cama: do dia pra noite desatou a falar – loucamente. Compulsivamente, sem parar. Tudo, tudo mesmo, ele comenta. Além da fala, tem conseguido se expressar bem melhor, aumentou o vocabulário assustadoramente e agora nada passa despercebido, chega a ser irritante. Nada: desde o sapato que a gente veste, até o porque tem que escovar os dentes de novo. Ah, até retrucar brigas: “estou bravo, papai. você não me deixa fazer nada do que quero (com a cara mais emburrada que ele conseguiu ensaiar nos últimos dias)”. Já o grande teve o celular confiscado numa das broncas e olha, foi a melhor coisa que aconteceu! Vez ou outra pegávamos ele fuçando num celular ou outro de conhecidos, mas conseguimos mostrar pra ele o tanto de coisa que ele perdia enquanto se enfiava nesse mundinho. Se sujou todinho de farinha fazendo pizza, brincou com a fogueira na festa junina, ajudou a cuidar do jardim e reformamos todos os vasos de casa, fez um bando de amizades e interagiu bem mais com a matraca que ele chama de irmão.

Aí na semana passada o mais velho fez algo (que minha memória de peixe não me deixa lembrar) e deixamos ele pensando no que fez. Mais que isso, proprusemos um desafio: pedimos pra ele escrever um texto falando sobre as férias. Contando um pouco como foi, o que aconteceu, como ele poderia melhorar (o comportamento dele) e o que nós – como família, poderíamos mudar pra melhor na nossa “rotina” de férias. Os pais aproveitaram: fomos ao cinema, bebemos um chopp e passeamos enquanto o pequeno dormia e ele escrevia. Quando voltamos tivemos uma grata surpresa: ele realmente se empolgou, contou direitinho o que aconteceu, propôs várias coisas. Foi produtivo e mais que isso, conseguimos – ainda mais – fazer ele se sentir parte fundamental do nosso quebra cabeças. E como tal, tem voz, direitos e deveres. 

As férias foram bem produtivas pra isso também: agora me livre da louça do café da manhã!

Comentários

  1. Muito bacana o blog! Gostaria de fazer uma entrevista com vocês para o Dia dos Pais. O nosso blog é Radar de Mãe. Meu contato é radardemae@gmail.com
    Aguardo e obrigada

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