dia dos pais (de primeira viagem)


a paternidade caiu no nosso colo.
feito chuva em dia de sol a pino: aquele vendaval de pingos que você não espera mas quer. e foi assim, do dia pra noite – literalmente – viramos pais. 
sem saber o rosto, cheiro, jeito. 
o resultado do “exame do xixi” nos foi dado pelo telefone: 
“- oi, temo dois irmãos aqui que acreditamos estarem dentro do perfil que vocês buscam.” 

simples assim.

desde então as borboletas não param de voar, incessantemente, no estômago dos dois. as noites não são mais tão tranquilas como era sempre que queríamos. os dias são bem menos preguiçosos como era costume. e as refeições, com muito arroz e feijão e pouca novidade. 

um turbilhão de emoções e tarefas e beijos e cheiros e sonhos. 
do dia pra noite a gente mudou. 
não deixamos de lado quem éramos até então: tão somente mudamos. 
com-ple-ta-men-te. 
impossível ser diferente: mudamos rotinas, comidas, trabalho. impossível também imaginar como era antes deles. não tem, na verdade. eles sempre existiram com a gente. era tudo programado: viramos a página pra que tivesse mais espaços em branco pra eles desenharem e brincarem de viver também. a diferença é que agora, todos na mesma página. 
nove meses de paternidade, dez que os conhecemos e uma vida toda pela frente.
entre declarações e beijos do dia a dia, a cada dia temos mais certeza que um dia eles vão entender o que nem a gente ainda entende: por enquanto o conceito que temos é que ser pai é muita coisa. mesmo. difícil mesmo é descrever. melhor festejar, depois a gente pensa direitinho o que é isso.

feliz dia dos pais a todxs!

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