o poder da bola



que o esporte tem uma potência no desenvolvimento e no crescimento das crianças, nunca tive dúvidas.
confesso também que quando era pequeno morria de preguiça e nunca participava das aulas. mas na semana passada tivemos um campeonato no colégio do mais velho que me deixou saudoso. saudade do que não foi, sabe? vontade de voltar atrás e aprender handball, jogar com mais empenho nas aulas de voley e, quem sabe, entender o que é o raio do impedimento. tarde demais pra voltar no tempo, mas não pra voltar pro esporte. ou apenas dizer "olá", virar a página e começar uma nova história. 

em casa temos diversos desafios com o mais velho relacionados à escola - não por culpa dele, mas pela distância dele e das aulas antes da adoção. o esporte, pra ele, acabou se tornando uma válvula de escape. um desestress mas também a chavinha mágica que faz ele sacudir a poeira e seguir firme, sempre em frente. 

foi lindo de ver ele jogando handball e futebol de salão. em ambos se entregando inteiro, recebendo um carinho enorme dos colegas de time e dos amigos da escola que estavam na arquibancada e gritavam seu nome. 

no segundo dia, com a bola nos pés, teve um tempero todo especial.
descobrimos lá que, assim como cá, o menino não ouve direito. e não é problema físico não, é falta de atenção mesmo. ele estava extasiado durante o jogo, esquecia que tinha um treinador aos berros tentando passar as coordenadas a ele. vez ou outra os pais entoavam juntos com o treinador, em vão. ele estava absorto no mundo dele, sorrindo, de orelha a orelha. 
mas uma hora chega: o treinador tirou ele do jogo e deu o maior esporro. "era para você jogar o jogo inteiro, você precisa aprender a ouvir". ele, na hora, fechou a cara. trovoadas tomaram conta da sua cabeça e ficou sisudo, o tempo todo. minutos depois entendemos a estratégia do treinador, que já conhece bem a figura: botou a maior pilha, deixou ele bravo. na hora certa, três minutos antes de terminar o jogo, colocou ele de volta na linha. ele mal acreditava, entrou feito um tiro. o jogo, de um empate de 3 a 3 pulou para 5 a 3, em três minutos, apenas. ambos gols dele, que abraçou a oportunidade que caiu no seu colo, de novo. 
como sempre o faz! 

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