aqui, acalentador.
até ouvirmos pisadas num compasso que a gente reconhece à distância - vinham em direção à cama, quentinha, onde dormíamos. o choro veio quase que simultâneo: dizia medo, mas era mesmo susto com uma dose grande de manha.
linda história,
mas não exatamente na hora em que se vive.
inevitável olhar no relógio,
pensar na agenda do amanhã (que no caso já era "hoje"),
lembrar que antes disso tudo as olheiras já andaram te perseguindo.
o acolhimento acalma.
e vem aquele filme na cabeça de tudo o que falaram, assistiram e ouviram dizer nos últimos dias:
- de onde viera esse medo todo?
abraça, deita junto.
nada.
conversa, explica que está tarde, que todos temos que dormir pra aguentar o dia seguinte:
nada, de novo.
lá pelas tantas, cansa.
deitar juntinho é bom, sentir a respiração do pequeno acalmando ao passo do abraço é reconfortante. mas não exatamente quando se planeja somente dormir. não exatamente quando já se cumpriu as tarefas diárias do eixo casa-trabalho-casa-trabalho de 07h à 23h.
paternidade trás surpresas, pra gente, que tá na pele, também.
na primeira vez que aconteceu, semana passada, foi poético. aproveitei pra deitar junto: de um lado o pequeno deitado na minha barriga, de outro o cachorro acomodando a cabecinha na minha mão. manha de lá e de cá - e aqui ó, muito sono.
nessa semana, mais um capítulo, apimentado por uma agenda que se sucederia bem mais agitada e por um corpo ainda se recuperando de uma gripe mal resolvida: resultado? stress.
quatro da manhã bateu aquele desespero: você precisa dormir, vai atrapalhar a aula do seu irmão, os pais estão cansados. deita, vai, filho?
- ah, mas eu estou ouvindo os carros na rua.
- eu ouvi alguém falando.
- eu estou com medo.
no pico, não ouvi nada. só falei: e de quê adiantou?
nada.
ele não dormiu.
nem eu,
nem stu,
nem allan.
quatro sonolentos.
fui buscar o Davi ontem na creche e, como sempre, puxo papo. pergunto o que comeu, do que brincou, o que tem de bom pra falar. e só saía isso:
- te conto em casa, papai.
chegando em casa, parecia dopado.
na noite passada, um pouco mais tarde, o passeio noturno se repetiu.
dessa vez mais maduro: sem choro.
acho que era mais uma averiguação que, de fato, uma insônia. conferir se estava tudo bem, sabe?
percebi ele chegando, acordei.
respirei fundo: em segundos lembrei do quanto foi reconfortante o acolhimento - pra mim e pra ele - e o quanto simplesmente em nada resolveu quando me excedi.
sentei no chão, pertinho dele e, na altura dos olhos, falando a mesma língua, batemos um papo:
- lembra que sua cama é super deliciosa? até o cachorro acha isso, ele passa o dia deitado lá - por acaso acha que ele ficaria por lá se fosse ruim? e outra: não precisa ter medo. você tem dois pais, um irmão mais velho e um cachorro bem do parceiro pra te proteger - por quê do medo?
com calma a gente conquista o mundo, amor.
ele me deu um longo abraço, me pediu colo até a cama.
capotou.
capotamos, aliás.
boa noite :)
até ouvirmos pisadas num compasso que a gente reconhece à distância - vinham em direção à cama, quentinha, onde dormíamos. o choro veio quase que simultâneo: dizia medo, mas era mesmo susto com uma dose grande de manha.
linda história,
mas não exatamente na hora em que se vive.
inevitável olhar no relógio,
pensar na agenda do amanhã (que no caso já era "hoje"),
lembrar que antes disso tudo as olheiras já andaram te perseguindo.
o acolhimento acalma.
e vem aquele filme na cabeça de tudo o que falaram, assistiram e ouviram dizer nos últimos dias:
- de onde viera esse medo todo?
abraça, deita junto.
nada.
conversa, explica que está tarde, que todos temos que dormir pra aguentar o dia seguinte:
nada, de novo.
lá pelas tantas, cansa.
deitar juntinho é bom, sentir a respiração do pequeno acalmando ao passo do abraço é reconfortante. mas não exatamente quando se planeja somente dormir. não exatamente quando já se cumpriu as tarefas diárias do eixo casa-trabalho-casa-trabalho de 07h à 23h.
paternidade trás surpresas, pra gente, que tá na pele, também.
na primeira vez que aconteceu, semana passada, foi poético. aproveitei pra deitar junto: de um lado o pequeno deitado na minha barriga, de outro o cachorro acomodando a cabecinha na minha mão. manha de lá e de cá - e aqui ó, muito sono.
nessa semana, mais um capítulo, apimentado por uma agenda que se sucederia bem mais agitada e por um corpo ainda se recuperando de uma gripe mal resolvida: resultado? stress.
quatro da manhã bateu aquele desespero: você precisa dormir, vai atrapalhar a aula do seu irmão, os pais estão cansados. deita, vai, filho?
- ah, mas eu estou ouvindo os carros na rua.
- eu ouvi alguém falando.
- eu estou com medo.
no pico, não ouvi nada. só falei: e de quê adiantou?
nada.
ele não dormiu.
nem eu,
nem stu,
nem allan.
quatro sonolentos.
fui buscar o Davi ontem na creche e, como sempre, puxo papo. pergunto o que comeu, do que brincou, o que tem de bom pra falar. e só saía isso:
- te conto em casa, papai.
chegando em casa, parecia dopado.
na noite passada, um pouco mais tarde, o passeio noturno se repetiu.
dessa vez mais maduro: sem choro.
acho que era mais uma averiguação que, de fato, uma insônia. conferir se estava tudo bem, sabe?
percebi ele chegando, acordei.
respirei fundo: em segundos lembrei do quanto foi reconfortante o acolhimento - pra mim e pra ele - e o quanto simplesmente em nada resolveu quando me excedi.
sentei no chão, pertinho dele e, na altura dos olhos, falando a mesma língua, batemos um papo:
- lembra que sua cama é super deliciosa? até o cachorro acha isso, ele passa o dia deitado lá - por acaso acha que ele ficaria por lá se fosse ruim? e outra: não precisa ter medo. você tem dois pais, um irmão mais velho e um cachorro bem do parceiro pra te proteger - por quê do medo?
com calma a gente conquista o mundo, amor.
ele me deu um longo abraço, me pediu colo até a cama.
capotou.
capotamos, aliás.
boa noite :)
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